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Carrapato-estrela e a transmissão da febre maculosa

Se as pulgas já são motivo de inquietação para os tutores, os carrapatos causam ainda mais preocupação. Entre eles, uma das espécies mais temidas é o Amblyomma cajennense, mais conhecido como carrapato-estrela.



Mais associado ao meio rural, o carrapato-estrela é um dos principais transmissores da febre maculosa, doença infecciosa que afeta não apenas os cachorros, mas também seres humanos e outros mamíferos, como bois e capivaras. A seguir, saiba mais sobre a doença causada pelo carrapato e o que fazer para proteger o pet.


Carrapato-estrela: entenda porque ele é tão perigoso


Aracnídeos ectoparasitas, como as pulgas e os piolhos, os carrapatos costumam ser lembrados especialmente por causarem muita coceira. Infelizmente, porém, o sintoma está longe de ser a única consequência das picadas para cães e outras espécies.


Hematófagos, os carrapatos dependem do sangue de outros seres vivos para sobreviverem. Para isso, eles colocam o aparelho bucal na pele do hospedeiro, alimentando-se do sangue. O problema é que, ao fazer isso, eles podem acabar “despejando” micro-organismos perigosos na corrente sanguínea do animal afetado.


“A picada do carrapato-estrela pode causar alergia, sendo que, ao picar, o carrapato também pode transmitir doenças causadas por bactérias ou protozoários, que ficarão alojados dentro das células sanguíneas do cão”, explica a Dra. Bruna Lacayo, médica-veterinária clínica geral da Seres Maracanã, no Rio de Janeiro.


No caso da transmissão de doença de carrapato-estrela, uma das maiores preocupações é com a bactéria Rickettsia rickettsii. Agente patogênico da febre maculosa, a bactéria pode causar uma infecção de gravidade variável que pode até mesmo levar o pet a óbito.


O papel dos cães no ciclo de vida do carrapato


Um trioxeno, o carrapato precisa de três hospedeiros para completar seu ciclo de vida, sendo um para cada fase da vida: larva, ninfa e adulto. Por isso, há carrapato-estrela em cachorros e em outros animaizinhos.

Após o acasalamento na fase adulta, a fêmea permanece presa ao hospedeiro por cerca de dez dias, retirando dele as substâncias que necessita para a formação dos ovos.

Passado esse período, ela se desprende do animal e vai ao chão, onde deposita milhares de ovos antes de morrer. A eclosão dos ovos pode levar de 25 a 80 dias para ocorrer, dependendo da temperatura: quanto mais quente, mais rápida é a eclosão.


Uma vez eclodidos, os ovos liberam larvas hematófagas que podem passar até seis meses à espera de um hospedeiro. Ao encontrá-lo, elas se alimentam de seu sangue por um curto período de tempo, em média cinco dias, e retornam para o chão, onde se tornam ninfas, passando a depender de um novo hospedeiro para se desenvolver.



A partir daí, elas se desprendem novamente do hospedeiro e retornam ao chão, onde se tornarão adultas, buscando um novo hospedeiro no qual poderão acasalar e reproduzir, dando início a um novo ciclo de vida. Assim, tanto os cães quanto os outros hospedeiros são fundamentais para a proliferação desses ectoparasitas.


De acordo com a Dra. Bruna, em geral, um carrapato-estrela em cachorro permanece de três a dez dias preso no corpo do pet, período em que é importante adotar medidas para eliminá-lo, diminuindo as chances de ele conseguir se reproduzir.


Febre maculosa: um dos principais riscos do carrapato-estrela


Um dos maiores problemas da picada de carrapato é que ela pode transmitir doenças graves, como a febre maculosa. Nesse sentido, é válido destacar que, além de atuarem como vetores, os carrapatos também funcionam como reservatórios e amplificadores da bactéria Rickettsia rickettsii.


Classificada como uma zoonose, isto é, uma doença que pode ser transmitida de outros animais para os seres humanos, a febre maculosa provoca febre alta, dores musculares e articulares, dores abdominais, vômito, diarreia, entre outros sintomas, como o surgimento de manchas avermelhadas na pele.


Nos cães, os sinais clínicos são bastante semelhantes aos da erliquiose, outra doença transmitida por carrapatos. Para chegar ao diagnóstico da doença, é preciso identificar a picada de carrapato-estrela no cachorro nos últimos 15 dias (tempo médio entre a picada e o surgimento dos sintomas) é um passo importante, visto que os sintomas iniciais da doença são pouco específicos.


Entre os sinais de picada no corpo do seu amigo de quatro patas, a Dra. Bruna destaca a coceira no local onde o ectoparasita está ou esteve alojado. “Geralmente, encontram-se com maior frequência dentro dos ouvidos, entre os dedos, no pescoço, na região axilar e abaixo ou ao redor do rabo”, alerta a veterinária.


Identificada nos primeiros dias, a febre maculosa canina tem cura, podendo ser tratada com a ajuda de antibióticos. Já em estágios avançados, ela pode ser irreversível e fatal. Agora você já sabe os sintomas de carrapato-estrela e os principais riscos!


Saiba como proteger o pet e sua família


Se você leu tudo até aqui, deve ter percebido que a picada de carrapato pode trazer consequências bastante graves para o pet e para a comunidade, haja vista que a permanência do ectoparasita no hospedeiro é fundamental para sua reprodução. Por esses motivos, é essencial adotar medidas a fim de proteger o seu amigo.


“Deve-se realizar a administração de ectoparasiticidas por via oral ou tópica. Só o médico-veterinário saberá dizer qual é a melhor opção para cada paciente. Além disso, deve ser realizado o controle do ambiente em que o animal vive, com produtos específicos ou até mesmo dedetização”, orienta a Dra. Bruna.


Uma vez que o carrapato é mais comum em áreas rurais, a veterinária recomenda evitar deixar o pet com acesso a locais com presença de cavalos e muita mata. Em caso de viagens para zonas de risco, converse com um veterinário sobre os melhores métodos preventivos, como o uso de coleiras, medicações tópicas e orais.


Se ainda ficar alguma dúvida, conte com nosso time de especialistas do Centro Veterinário Seres para cuidar do seu pet! Agenda já sua consulta.



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